terça-feira, 14 de abril de 2009

"Making Of" do site Shri Yoga Devi

Sou Satyananda Svarupini (Flávia Bianchini). Coordeno o espaço "Sri Yoga Devi" e venho a muitos anos praticando e pesquisando os mais variados assuntos e aspectos relacionados à manifestação do aspecto feminino do Divino. Após muitos estudos e práticas deparei-me com um dos aspectos da grande Deusa que causou uma transformação muito grande em minha consciência. Nos últimos anos cresceu a vontade de criar um espaço, um local de estudos e práticas de Yoga sob as bênçãos de Devi, em particular sob a proteção de Shri Yoga Devi. Assim surgiu este lugar e conseqüentemente o site (http://www.yogadevi.org/) e este Blog. Vou descrever aqui o making of sobre a criação do site, escolha e descrição das principais imagens e dos símbolos utilizados. Quem é Shri Yoga Devi? O nome "Shri Yoga Devi" não aparece nos textos indianos mais antigos, mas faz parte da linha espiritual chamada Suddha Dharma Mandalam (que significa Círculo Puro do Caminho de Vida). Ela é a Deusa do Yoga e o centro de Poder (Shakti) do qual fluem constantemente o amor (Prema) e a luz divina (Sattva) que conectam todos os seres espirituais mais elevados deste universo. Ela é a fonte da Energia Feminina que sustenta toda criação e toda vida. Ela é também chamada de Sutratma, e imaginada como o fio que mantém unidas as contas de um rosário indiano (mala), onde cada conta é um dos seres do universo, e o fio é a energia da Devi. Seu mantra é "Om Hrim Yogadeviaya Namaha". Imagem de abertura do Site A imagem da Grande Deusa com a trimurti Hindu. Segundo a doutrina tântrica Shakta, tudo o que se manifesta no universo como matéria, vida e consciência é o Poder Divino (Shakti). O Poder é feminino. É a Grande Deusa (Maha Devi), a Mãe de todos os seres e dos próprios Devas. Tudo o que existe brota da Grande Mãe. Shakti e Shiva , unidos, formam o Absoluto não-manifesto, ou Brahman, que pode ser descrito por Sat, Cit, Ananda. Quando estão unidos em um só, Parashiva e Parashakti são inativos e invisíveis. Nessa união, Shiva pode ser pensado como um ponto, e Shakti como uma linha enrolada em torno deste ponto. Como a linha não tem espessura, é impossível distinguir o ponto e a linha. São uma única coisa. A criação do universo se dá quando Shiva e Shakti se separam, ou seja, com o surgimento da dualidade. Quando a linha (Shakti) se desenrola do ponto central (Shiva), surgem a meia-lua (Candra) e o ponto (Bindu) que aparecem na parte superior do símbolo OM. À medida que se desenrola, a Shakti se manifesta sob a forma de um som primordial (Nada), e através do som ela começa a criar o universo.
Om com tridente O pranava Om é avibração primordial, o Som do qual emana o Universo, é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, é o som do infinito e a semente que "fecunda" os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os sons da natureza. O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Estas três letras correspondem, segundo a Maitri Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho. "Este Atman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e estes três estados são os três sons" (Maitri Upanishad VIII). “Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Ser. Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência de Brahma. A visão do mantra Om é como a visão da própria forma. A contemplação do mantra Om é como atingir a forma deBrahman" (Mantra Yoga Samhita, 73). O tridente (trishula) é uma insígnia de Shiva. Simboliza tanto o trikala ou “tríplice tempo” _ Passado, Presente, Futuro _ e os 3 mundos Subterrâneo, Terreno, Celeste, quanto os 3 “poderes da matéria” (triguna), Sattva, Rajas, Tamas, ou seja, as energias centrífuga, rítmica e centrípeta. O trikula mostra-se levantando os três dedos da mão direita num gesto denominado trishulahastra, a “bênção sacerdotal”, designando a Trimurti ou Trindade Divina sintetizada em Shri Shiva.
Shri Yantra O símbolo chamado Shri Yantra é considerado o yantra mais importante e sagrado na cultura hinduísta. O Shri Yantra simboliza o universo, a criação, a própria Shakti. Ele é um desenho de nove triângulos entrelaçados, centrados ao redor do Bindu (um ponto no centro do Yantra). Por ser composto de nove triângulos, é também conhecido como o Navayoni Chakra. Cinco triângulos voltados para baixo, representando o poder feminino ou Shakti e quatro triângulos voltados para cima, representando Shiva ou o poder masculino. Todos os triângulos entrelaçados dão origem a 43 triângulos pequenos numa teia simbolizando o cosmos inteiro ou um ventre simbólico da criação. Unidos, os triângulos expressam a não-dualidade. Estão rodeados por um lótus de 8 pétalas, um lótus de 16 pétalas, e uma quadrado de terra simbolizando um templo com quatro portas. O Shri Yantra revela a viagem espiritual do homem, do estado de matéria até a iluminação suprema. Essa viagem espiritual é representada como uma peregrinação, na qual a cada passo é uma evolução em direção ao centro, e a cada nível você está mais perto de seu objetivo maior, o encontro com a própria essência, e conectar-se com a Shakti. Em seu centro está localizado o valor supremo Absoluto, de onde tudo emana e para onde tudo se concentra. As visualizações, meditações e vivências advindas do yantra devem ser consideradas como reflexos da essência divina na sua criação e destruição do universo e ao mesmo tempo como emanações da psique de quem a está visualizando. Cada yantra existente é a representação de um aspecto do divino ou Deva, sendo considerados um modelo para adoração interior e imediata da divindade.

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